O CRISTÃO E A PRÁTICA DO DÍZIMO
- ibbrooklinsp
- 6 de nov.
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“Será que alguém pode roubar a Deus? Mas vocês estão me roubando e ainda perguntam: “Em que te roubamos?” Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição vocês são amaldiçoados, porque estão me roubando, vocês, a nação toda. Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa. Ponham-me à prova nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não lhes abrir as janelas do céu e não derramar sobre vocês bênção sem medida.” (Malaquias 3.8-10)
A doutrina da mordomia é a base da relação entre o crente e Deus. O crente é mordomo de Deus e Deus é Senhor do crente. Dentre os variados aspectos nos quais a doutrina da mordomia se apresenta, há um que é fundamental: a mordomia do dinheiro. O dinheiro representa valores desta vida presente e o crente vive no tempo em função da eternidade. Através do dinheiro podemos avaliar o preço do trabalho. Ele é termo de medida da capacidade profissional, estimula o dinamismo e o espírito industrioso do homem, mas desabona a preguiça e o espírito medíocre. Através do dinheiro revelamos o que somos: se somos avarentos ou liberais; mesquinhos ou desprendidos. Em seus ensinos, Jesus não omite a importância do dinheiro no seu relacionamento com o homem. Abrindo as páginas da Bíblia vamos encontrar desde o Velho Testamento as mais profundas lições em fatos relacionados com o dinheiro:
No A.T.:
Êxodo 35 – Exemplo de liberalidade – Deus pede uma oferta para a construção do tabernáculo e o povo de Israel responde com exuberante prontidão indo além das necessidades.
Josué 7 – O Perigo da Cobiça – Acã cobiça uma capa babilônica, 200 ciclos de prata e uma cunha de ouro de 50 ciclos, resultando o seu pecado na derrota de Israel.
II Reis 5 – O apego do dinheiro traz consigo a mentira. Geazi, servo de Eliseu, pede a Naamã um talento de prata e duas mudas de vestidos, recebendo além do que pediu, mas atraindo sobre si a praga da lepra.
II. No N.T.:
Mt 17.24 – Jesus ensina obediência às autoridades – Jesus paga o tributo.
Lucas 10 – O amor ao próximo – O samaritano usa seu dinheiro em favor de um desconhecido atingido por salteadores.
Lucas 12 – Riquezas de nenhum valor – A parábola do rico insensato que se esqueceu da sua alma. “Louco, esta noite te pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será?”
Lucas 19 – Mudança de atitude em relação ao dinheiro. O exemplo de Zaqueu quando se encontrou com Jesus: “Hora dou metade dos meus bens aos pobres, se nalguma coisa tenho defraudado alguém o restituo quadruplicado”.
Atos 5 – A hipocrisia. A comunidade dos bens em Jerusalém motivada pelo amor e atitude hipócrita de Ananias e Safira.
Apocalipse 3 – Falsas riquezas. Uma igreja que se considerava rica sendo pobre. “Como dizes tu rico sou e de nada tenho falta e não sabes que és um miserável e pobre e cego e nu?”
Mediante a importância que o dinheiro representa na vida do homem, teria Deus deixado o crente sem um princípio capaz de norteá-lo na administração do dinheiro que recebe das mãos do Senhor? Deus que “conta até os cabelos de nossa cabeça”, não daria tal displicência. O dízimo é um princípio fundamental estabelecido por Deus para orientar o crente no bom uso do dinheiro: a sua origem perde-se na imensidão dos tempos tanto quanto a origem do mundo, do homem, do pecado e da redenção. Quando a Bíblia fala em dízimo já o fez mencionando o primeiro crente, o pai da fé, aquele em quem “todas as famílias da terra são benditas”, o crente Abraão praticando o dízimo (Gn 14.18-20). A prática do dízimo está fundamentada nos alicerces da doutrina cristã, por isso que a estabilidade da igreja, como instituição, existindo no tempo, está intimamente relacionada à prática do dízimo por parte de seus membros! Observemos a relação do dízimo como os princípios fundamentais do Evangelho.
* UM PRINCÍPIO DE FÉ. Na experiência de Abraão o dízimo aparece como expressão de fé: Fé em Deus como “possuidor dos céus e da terra” (Gn 14.19). Fé em Deus como doador de tudo o que temos (Gn 14.20). Fé em Deus como preservador e sustentador de nossas vidas (Gn 28.20). Esta fé levou Abraão a dar “o dízimo de tudo”. Na experiência de Jacó (Gn 28) a consciência da presença de Deus levou Jacó a votar que seria um crente dizimista: (Gn 28.20-22). Certamente que foi uma decisão condicional a de Jacó. Reflete, porém, uma das maiores razões por que muitos retêm o dízimo: o medo! Medo do que vai faltar, não confiam na providência de Deus.
* UM PRINCÍPIO DE JUSTIÇA. O dízimo é um plano justo porque é igual para todos. Todos dão de acordo com o seu potencial aquisitivo e capacidade social. O dízimo do pobre não é menor do que o do rico. Cristo deu tudo, deu sua vida, não seria justo que nós déssemos o mínimo que Deus pede, o dízimo. Muitos estão sustentando o reino de Deus com seus dízimos. Não é justo que alguns usufruindo dos mesmos privilégios se omitam de fazer o mesmo, sustentar o reino de Deus dizimando; todos devemos devolver a Deus aquilo que é dele!
* UM PRINCÍPIO DE OBEDIÊNCIA. Obediência voluntária e alegre: “Deus ama ao que dá com alegria” (II Co 9.7). Obediência a Deus: Damos o dízimo a Deus à casa do Senhor que é a igreja e não a outras organizações. Ao crente compete a obediência, à igreja a administração. Cristo ordenou a pregação do Evangelho a toda criatura; o dízimo é um instrumento pelo qual obedecemos a esta ordem do Senhor.
* UM PRINCÍPIO DE AMOR. Amor a Deus – “Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro” (I Jo 4.19). Amor ao mundo perdido. O dízimo mosaico era por força da lei, mas o dízimo do crente é por força da lei do amor. Por amor, o crente ia além da lei, além do dízimo. O dízimo não é uma regra, uma exigência, uma dívida, mas sim um princípio bíblico: de fé, de justiça, de obediência, de amor.
Pr. Carlos Jones
Pastor Titular da Igreja Batista do Brooklin


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